A Procura da Mente
Adquirido - Há psicólogos que apoiam que o comportamento do ser humano é adquirido no contacto com o meio ambiente. O desenvolvimento humano processar-se-ia à medida que o organismo fosse reagindo a estímulos provenientes do meio. Para estes psicólogos, as experiencias e as aprendizagens são fatores insubstituíveis na aquisição de estruturas que possibilitam a cada ser humano as adaptações adequadas à sua sobrevivência e à sua continuidade. Serão as aprendizagens que o individuo efetua no contacto com as situações que irão determinar as diferenças nos comportamentos ao longo da vida – adquirido.
Behaviorismo - Corrente de pensamento que defende o estudo de comportamentos observáveis como constituindo a base para a investigação e estudo em psicologia, em vez dos chamados processos mentais não acessíveis à observação exterior.
Castigo - Qualquer estímulo desagradável que surge em consequência de um comportamento e que diminui a sua ocorrência.
Cognição - Conhecimento, crenças, pensamentos e ideias que as pessoas têm acerca delas próprias e do ambiente à sua volta. Pode igualmente referir-se aos processos mentais através dos quais é adquirido esse conhecimento, incluindo a perceção, a memória e o pensamento.
Comportamento - Tudo aquilo que as pessoas fazem no concreto e que pode ser objetivamente observado e medido.
Condicionamento - Processo de aprendizagem que consiste em associar um estímulo condicionado a um estímulo natural, de tal modo que o sujeito responde ao estímulo condicionado da mesma forma que responde ao estímulo natural.
Conflito - Estado psíquico originado pela tensão entre duas tendências percebidas como antagónicas por uma pessoa.
Conhecimento - Representação interna da realidade. Implica uma pessoa, sujeito que conhece, e um objeto, que é conhecido.
Consciente - É a parte mais pequena da mente humana, a qual é constituída por raciocínios, perceções, pensamentos. É um órgão de perceção para as impressões que nos absorvem num dado momento e tem a capacidade de distinguir processos do mundo externo e do interno. É possível aceder ao consciente através da introspeção. Forma-se durante o primeiro ano de vida.
Continuidade - As nossas características físicas e psicológicas evoluem por um processo de crescimento semelhante ao que ocorre com a estatura e o peso (alterações graduais). De uma fase da vida para a outra, os carateres permanecem os mesmos, variando apenas em complexidade e grau ou quantidade. Ex.: a evolução do pensamento de uma criança até à adolescência e daqui até à idade adulta resulta dum somatório de experiências, atualização dos potenciais genéticos. O sujeito é passivo, limitando-se a seguir o curso dos fatores que do interior ou do exterior o determinam – continuidade.
Descontinuidade - As correntes que defendem a descontinuidade são de opinião de que as modificações ocorridas ao longo da vida correspondem a processos de transformação qualitativa que dá origem a estádios de desenvolvimento de natureza diferente que se vão construindo ao longo da vida. O desenvolvimento descrito pelos psicólogos descontinuistas implica a conceção de um sujeito ativo que intervém no desenvolvimento das suas próprias estruturas.
Estabilidade - Mas existe uma certa estabilidade. Há todo um conjunto de traços, reações, expressões e modos de falar que se mantêm os mesmos e que nos permitem identificar a pessoa como sendo quem é e prever os comportamentos que dela são únicos. No fundo, cada pessoa permanece idêntica a si própria o que permite reconhecê-la nas mais diversas circunstâncias. Para lá do que nos aparece de diferente em cada pessoa, existe uma individualidade específica e regular de um eu que apresenta uma certa permanência, uma certa constância no decurso do seu desenvolvimento.
Externo - Falar de fatores externos é admitir a possibilidade de os estímulos do meio agirem sobre o individuo, determinando, assim, a sua essência. Falar do polo externo é fazer referência ao meio ambiente, ou seja, ao conjunto de fatores circunstanciais que fazem com que o individuo seja aquilo que é e se comporte do modo como o faz.
Identidade - Conjunto de atributos que conferem um caráter único a um ser.
Identidade pessoal - Modo singular de ser reconhecido pelos outros, resultante da interação com as experiências por que passamos ao longo da vida.
Inatismo - Perspetiva segundo a qual o comportamento é determinado por fatores hereditários.
Inato - Fator do património genético da pessoa, e que não necessita de ser aprendido.
Inconsciente - É formado por instintos, pulsões e desejos socialmente inaceitáveis, mas que a todo o momento exercem pressão para se manifestar. O inconsciente é a base do consciente, estando nele depositados todos os motivos e impulsos biológicos, garantia de sobrevivência individual e da espécie. O conjunto de pulsões e desejos inconscientes possuem um dinamismo próprio, cujo papel na determinação do comportamento é superior ao dos fenómenos conscientes. Esta é a grande “novidade” de Freud, o inconsciente como o aspeto mais significativo, considerando nele residir a explicação da mente e das condutas humanas, a consciência é destronada pelo inconsciente que vai conduzir uma inédita do “eu” ou da personalidade. Existe desde o nascimento.
Individual - O individual centra-se na consciência, no inconsciente, no desenvolvimento e no comportamento, encaram seres humanos na sua individualidade e procuram explicar os seus mecanismos psicológicos sem qualquer referência ao meio social em que cada um está integrado.
Integração - Significa o estabelecer de formas comuns de vida, de aprendizagem e de trabalho entre pessoas deficientes e não-deficientes. Integração significa ser participante, ser considerado, fazer parte de, ser levado a sério e ser encorajado. A Integração requer a promoção das qualidades próprias do indivíduo, sem estigmatização e sem segregação. Realizar pedagogicamente a integração significa, seja no jardim-de-infância, na escola ou no trabalho, que todas as crianças e adultos (deficientes ou não) brinquem / aprendam / trabalhem de acordo com o seu próprio nível de desenvolvimento em cooperação com os outros.
Interno - Quando falamos de fatores internos, estamos a referir-nos a traços transmitidos pelos genes, sejam eles de natureza anatómica, fisiológica ou psicológica. Interno refere-se ao individuo, com o que radica na sua hereditariedade, por exemplo, a estatura, o funcionamento dos órgãos internos, o sistema nervoso e hormonal, a capacidade de se emocionar ou o nível das competências cognitivas que utiliza na resolução de problemas.
Interpretação - Operação de atribuição de significados a um objeto, a um comportamento ou a uma situação, de caráter subjetivo ou intersubjetivo.
Imagem mental - Estrutura psíquica que se assemelha ao objeto ou acontecimento que está a ser representado.
Imaginação - Capacidade de criação de realidades possíveis, sendo condição fundamental da vida mental. Descobre, explora e cria explicações e sentidos.
Linguagem - Comportamento especificamente humano que manifesta uma intenção comunicativa com signos vocais e escritos organizados em sistemas chamados línguas, e que pressupõe a existência de uma função simbólica, de um aparelho fonador e de centros nervosos especializados.
Mente - Estrutura organizativa de processos psíquicos. Entidade que nos permite pensar, sentir e agir com finalidades, intenções, com uma natureza autorreflexiva.
Modelagem - Segundo Bandura, processo de aprendizagem social feita por imitação de comportamentos ou costumes observados em pessoas significativas.
Mudança - A mudança é uma realidade. Sabemos que ser criança não é o mesmo que ser adolescente. Ao longo da vida passamos por alterações que determinam etapas qualitativamente diferentes no percurso que efetuamos. As mudanças cognitivas por que somos obrigados a passar, e que fazem com que cada etapa percorrida no nosso desenvolvimento se caracterize por formas de pensar, sentir e agir diferentes das que caracterizam as outras etapas. Também mudamos porque as circunstâncias da vida nos obrigam a mudar. Ninguém nasce predestinado a ser uma estrutura rígida, mantendo-se invariável ao longo do tempo. Somos uma estrutura dotada de elasticidade. Mesmo depois de construída a nossa identidade, não significa que se fique com uma personalidade rígida, pois o individuo continua a ter de reorganizar em cada momento os elementos integrantes da sua personalidade, ajustando-os às diversas circunstâncias do meio.
Necessidades - Impulsos inatos que nos movem na eliminação das carências básicas relacionadas com a sobrevivência.
Processo - Conjunto organizado de acontecimentos, de atividades ou de operações que se desenrolam no tempo de forma complexa e inter-relacionada.
Representação - Estrutura cognitiva que reflete, no sistema mental, uma parte do universo exterior a esse sistema; ação de tomar o lugar ou de simbolizar alguma coisa. Os processos psicológicos não são o espelho do mundo externo, mas uma representação dele.
Símbolo - Objeto que representa um outro diferente de si próprio através de uma analogia ou associação.
Situação - Conjunto de elementos do meio considerados durante um determinado período de tempo.
Social - Com o aparecimento da psicologia social, desenvolve-se a convicção de que o individual puro não existe, na medida em que todos os indivíduos são seres sociais. Se somos humanos, somos seres sociais. O individuo emerge de contextos sociais, culturais e históricos que o ajudam a ser aquilo que é e a ver o mundo da maneira como o vê. Para se compreender, o ser humano tem de ser perspetivado no contexto social de onde retira a sua identidade, as suas representações, o seu modo de se exprimir, ver, pensar e reagir a situações e acontecimentos. Quando se fala da individualidade do ser humano, está subjacente a ideia de que cada pessoa se desenvolve pela intervenção das coletividades sociais que lhe moldaram a sua essência e que, por isso mesmo, estão presentes em tudo aquilo que ele faz.